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Será que não existe um só católico praticante nas redações
da Folha e do Estadão?
Ambos os veículos publicaram – além da mesma foto de
capa - a mesmíssima “análise” sobre o sermão de Bento XVI em sua última missa pública
como Papa.
Ambos os jornalões – melhor seria chamá-los, nesse caso, de
papelões – publicaram, mais ou menos isso:
“... o Papa criticou os hipócritas
que atrapalham a Igreja como instituição que precisa continuar sempre
crescendo...”. E deitaram peroração sobre intrigas, traições e ardis nos
bastidores da Santa Sé...
Será que ninguém teve a curiosidade de apurar (importante verbo do jargão
jornalístico) e pensar um pouco se o tema abordado pelo Papa fora desabafo e clamor por
compreensão ao seu ato de renúncia ao poder (como cravaram nas suas manchetes), ou se não seria (como foi, e é, e será, sempre) o mero repetir da
‘palavra’ da Igreja aos fiéis naquele domingo, naquele semana?
Se os batalhões de repórteres enviados a Roma tivessem um
mínimo de tino jornalístico (do tipo genuíno – não aquele mal ensinado e nunca aprendido
em faculdade) ou um mínimo de cultura; saberiam que as leituras propostas pela
Igreja Católica, ao mundo inteiro, nas missas do início do período quaresmal, são
típicas e recorrem, sempre, às mesmas passagens bíblicas, como consta dos missais
distribuídos, tanto na Basílica de São Pedro, em Roma, quanto na singela paróquia
de Morungaba, estado de São Paulo, onde ouvi as mesmas passagens, lidas por membros
da comunidade e comentadas, na homilia, pelo pároco local:
“... quando deres
esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas
sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens... quando orardes, não
sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas
esquinas das praças, para serem vistos pelos homens... quando jejuardes, não
fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto para que
os homens vejam que estão jejuando...” (trecho do Evangelho segundo São
Mateus).
O jornalismo é tão mais tosco quanto tosca for a audiência. Utilizar uma interpretação fora de propósito para produzir manchetes em letras garrafais é recurso para vender jornal tão ruim quanto escancarar fotos sanguinárias na primeira página – hipocrisia tão “adotada” pelos jornalões de quinta categoria que no Brasil vêm sendo publicados... por obra e graça, claro, de nossos queridos anunciantes.
O jornalismo é tão mais tosco quanto tosca for a audiência. Utilizar uma interpretação fora de propósito para produzir manchetes em letras garrafais é recurso para vender jornal tão ruim quanto escancarar fotos sanguinárias na primeira página – hipocrisia tão “adotada” pelos jornalões de quinta categoria que no Brasil vêm sendo publicados... por obra e graça, claro, de nossos queridos anunciantes.
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