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Uma reflexão independente sobre a mídia.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Nervos de Aço: os limites da divulgação. Ou... para além do 'media training' e de 'media relations'.


Interessante argumentação - pró e contra - os limites da divulgação (publicity), principal papel das relações públicas no mundo anglo-saxão.

Falar à imprensa é sempre algo tenso. Para os falantes - as tais "fontes" - e seus attachés de presse (que suam frio até o apagar dos sun guns). Por isso mesmo, aliás, hordas de assessores "de imprensa", jornalistas na esmagadora maioria das vezes, faturam alto com media training

No Brasil, sabemos, o estatuto acadêmico ampliou em muito o espectro de ação das relações públicas. E por que será que isto aconteceu?

Interessante indagar - neste ponto - quem veio antes, no país; se o relações-públicas ou o assessor "de imprensa".

Link - http://www.portalimprensa.com.br/noticias/brasil/72056/em+artigo+ancora+de+canal+britanico+comenta+entrevista+frustrada+com+robert+downey+jr

Ivy Lee deve ter passado pela questão, mas não temos registro sobre tal "problematização" à época. Afinal, os jornais eram feiosos, sujavam muito as mãos dos leitores, e a propaganda que se via neles talvez chamasse menos atenção que as notícias, tão rudimentar a sua produção - em nada comparável à de hoje.

Fato é que no Brasil, quando as relações públicas chegaram "com força" (a inauguração havida na Light fora, de fato, pioneira, mas não acompanhada de outros atores de peso na indústria, no comércio, nos serviços), ou seja, nas décadas de 1950 e 1960, com os marcos de 1954 (fundação da ABRP), e de 1967 (com a regulamentação da profissão), os jornalistas (desempregados ou não - pasme!) já ocupavam o lugar de media relations. O resto é história.

Uma tese: o currículo escolar superior da recém-criada "habilitação" da Comunicação "Social"(*), em fins dos anos 1960, ocupou-se de outras coisas para que se deixasse espaço para a - imoral - dupla militância dos jornalistas, um claro e ilegal "desvio de função" que interessava ao - dúbio - exercício do poder, na época. A Administração flertara com as novas técnicas - eventos, ombudsmania, goodwilling, edição de house organs - mas o MEC, sob linha dura, acabou com o namoro. E o resto, aqui, também é história.

(*) O mostrengo curso de Comunicação "Social" foi uma imposição da ditadura, adotada para manter o controle, via mídia, de corações e cérebros. Felizmente, com as novas diretrizes curriculares nacionais para ambos os bacharelados, em Jornalismo e em Relações Públicas, a vigorar em setembro de 2015, o frankenstein se vai de vez, e as duas áreas ganham autonomia e independência acadêmicas.
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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Terceirizaram a razão...

ONTEM, na Bandeirantes, o programa Canal Livre prestou um enorme desserviço à sua audiência. E o seu entrevistado, outro - também grande - à sua biografia docente. No final, acabou entregue. Aos 80 anos, o professor já estaria aposentado há 5 anos, com PEC-da-bengala e tudo. Colocou-se ele, então, como um porta-voz da FIESP - de uma FEA/USP, aliás, sempre submetida a "patrocinadores do establishment".

Na primeira rodada de falas, já trataram, entrevistadores e entrevistado, de "enterrar" o esclarecimento do que seriam áreas "meio" e áreas "fim" - objeto central dos debates em torno da PEC da Terceirização Total.

O resto foi o resto, decepcionante.

Gostaria de saber quais entrevistadores ali são "PJ" e quais são contratados CLT da emissora. Sem saber isto, fica mesmo difícil, senão "impossível" - como, aliás, disseram -, definir o que é atividade-meio e o que é atividade-fim.
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